Para muitas empresas familiares
no Brasil, a discussão sobre a sucessão ainda é um tabu. No Brasil, 79% das empresas
familiares cresceram em tamanho e faturamento contra 65% na média mundial em 2014, revelou uma pesquisa
mundial sobre o assunto realizada pela consultoria PwC. Mas esses dados
poderiam ser melhores se a profissionalização nas tratativas de sucessão fossem colocadas em pauta nas conversas da família. Essa importante etapa deve ser
discutida entre sucessor e sucedido de maneira a promover uma aproximação
efetiva e um debate maduro sobre o assunto.
A dificuldade do fundador em “passar
o bastão” vai desde a dificuldade em admitir que é a hora de garantir que a
empresa continue crescendo e se reinventando no mercado, até a relação de
confiança na continuidade do negócio depositada nos sucessores, passando pela
questão da aceitação por parte dos funcionários em ter um novo “patrão”. No campo
das ações preventivas para amenizar o trauma da sucessão o planejamento e a
contratação de especialistas para conduzir um processo de coaching de sucessão aos herdeiros é uma decisão importante. É uma
atividade que culturalmente ainda não está consolidada, mas que é
preventivamente uma maneira sensata de conduzir o assunto. Outro aspecto
importante é fazer isso no momento de estabilidade da empresa. Essa condição
irá garantir que decisões futuras tomadas pelos sucessores não coloquem em
risco o processo sucessório. Segundo Peter Drucker, “Toda organização nasceu
para perpetuar no mercado”. Os seus fundadores passam, mas elas devem ficar já
que foram criadas para atender às nossas necessidades.