terça-feira, 25 de junho de 2013

O SONHO DA MINHA MÃE



No início da minha carreira profissional, em meados da década de 80, minha mãe me disse que seu maior sonho era que eu fosse funcionário público. Naquela época era evidente a sedução que o serviço público proporcionava com seus salários altos, estabilidade e aposentadoria integral. Hoje o serviço público está se reformulando, mas ainda possui altos salários, se comparados aos salários pagos pelas empresas do setor privado. No governo Lula a diferença cresceu bastante e apresentou sinais de estabilização nos primeiros 2 anos do governo Dilma. Uma pesquisa publicada por um Blog ligado ao UOL revelou que a média salarial no setor privado é de R$ 1.696,00 enquanto que no serviço público a média passa para R$ 2.969,00.

Outra constatação é que o aumento do número de servidores públicos nos 8 anos do governo Lula praticamente dobrou. Hoje o Brasil emprega em todas as esferas públicas 2,39 milhões de servidores e gastou em 2012 R$ 173,6 bilhões com a folha de pagamento. O setor emprega 11% da mão de obra ativa do Brasil.

As 10 maiores empregadoras brasileiras possuem juntas pouco mais de 700 mil empregados, a maior delas, os Correios empregam 108 mil pessoas, seguido pela Construtora Odebercht com 92 mil funcionários diretos. Na lista das 10 maiores temos ainda a Petrobrás com aproximadamente 58 mil funcionários.

O sonho da minha mãe não se realizou, mas cheguei a trabalhar por 8 anos numa grande empresa que também figura entre as 10 maiores empregadoras do país.

Carreira no serviço público é desejada por milhões de pessoas, mas qual é a justificativa para a superlotação de salas de aula dos cursos preparatórios para concursos?

Pesquisas realizadas por universidades brasileiras apontam a estabilidade como principal razão na busca pelo emprego público. Em segundo lugar vem a ligação forte com a opção familiar. Em famílias onde há servidores públicos, os filhos e netos tendem a seguir também a carreira pública, diz a pesquisa.

Affonso e Rocha (2010) publicaram uma pesquisa que aponta os fatores geradores de insatisfação no serviço público em uma organização de saúde que revelou que os principais fatores que desmotivam os servidores são: Comunicação, comprometimento, reconhecimento, oportunidades de crescimento e futuro profissional. Já os principais fatores motivacionais segundo o estudo são: a imagem, a responsabilidade, a realização e segurança profissional. Nenhuma novidade a princípio, mas em uma análise a luz dos pressupostos ligados ao comportamento organizacional, percebe-se que a essência ou a razão mais evidente na opção pelo serviço público é motivadora em termos de remuneração e segurança, mas esse fator é atenuado quando a necessidade é de reconhecimento e estabelecimento de novos desafios.

As pessoas, geralmente buscam no trabalho um meio de satisfazer as necessidades e dar um significado para a vida e a convivência em grupo. Não há dúvida que o trabalho é um elemento de grande influência nas nossas vidas já que passamos mais de 1/3 dela no ambiente de trabalho.

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